domingo, 6 de fevereiro de 2011

Bananas acadêmicas



Especialistas em bananas se servem, em geral, de um dos seguintes métodos para suas pesquisas: alguns preferem estudá-las lançando um olhar amplo e abrangente sobre a bananeira como um todo ⎯ deduzem, através de cálculos e conceitos pré-estabelecidos, o cheiro e o sabor a partir da forma dos cachos, das folhas e da composição do solo; outros colhem uma banana e a experimentam, farejando e comendo, deduzindo a partir desta o sabor de todas as demais bananas da bananeira em questão. Os primeiros discursarão sobre uma banana essencial ou hipotética. Os segundos, de uma banana empírica, a única sobre a qual podem digressar, entre as demais variedades cujo gosto e sabor não serão conhecidos.


Haveria como gerar um conceito de banana ao provar o gosto de apenas uma? É possível descrever suas qualidades sem degustá-la?


Por conta dessa querela já arrastada em anos, muitos macacos esqueceram qual a finalidade de suas pesquisas: estão por demais envolvidos numa discussão que não se decide entre aceitar um resultado ora inalcançável, ora de antemão extinto.


Moral: Apesar de todo o pensamento, a banana existe.